(POV Selene)
O acampamento acordou antes mesmo do sol terminar de nascer.
O frio da madrugada ainda mordia a pele, mas os lobos já se moviam como engrenagens afiadas: afiando lâminas, revisando aljavas, reforçando o couro das armaduras improvisadas. O silêncio era denso, não de descanso, mas de expectativa. O tipo de silêncio que vem quando todos sabem que algo maior se aproxima.
Eu estava no meio deles, mas era como se carregasse duas peles: a minha e a da portadora. Cada olhar que escorregava até mim me lembrava disso. Alguns desviavam rápido, como se temessem que encarar o selo fosse o mesmo que encarar a maldição. Outros olhavam mais fundo, com uma mistura de respeito e desconfiança.
Eu já conhecia esses olhares. Já os tinha enfrentado antes.
Mas agora era diferente. Agora eles sabiam. O selo tinha mostrado, e não havia mais como esconder. Elias fazia parte do elo.
Engoli seco.
Ainda sentia o gosto dele nos lábios, mesmo depois de ter beijado Dorian, Ronan e Caelan na aurora. O se