(POV Selene)
A fenda nunca tinha parecido tão pequena.
Os corredores de pedra, que antes me acolhiam como abrigo, agora sufocavam. Cada sombra me lembrava que aquilo não era casa, era prisão — e estávamos prestes a deixá-la para sempre.
O ar da madrugada era frio, cortava como lâmina. Eu podia sentir a respiração da matilha atrás de mim, cada fôlego pesado ecoando no espaço estreito. A marcha começava.
Dorian ia à frente, passos firmes, o manto escuro batendo contra as pernas. Ele não olhava para trás, mas não precisava: o peso da liderança estava em cada músculo do corpo dele. Gregor vinha logo atrás, ombros largos sustentando a ordem como se fosse o próprio alicerce da matilha.
Ronan era movimento constante, sempre roçando as garras nas paredes como fera que não aguenta ser contida. Cada estalo da pedra contra as unhas era aviso.
Caelan se mantinha na retaguarda, olhos atentos ao escuro, a sombra dele mais silenciosa do que qualquer guarda.
E Elias… Elias caminhava alguns passos à f