CAPÍTULO 64
Porque amar às vezes é deitar no silêncio do prazer
Eduard terminou a dose de uísque em um gole seco. O gosto amadeirado desceu rasgando a garganta, mas não mais doía do que os pensamentos que ainda corriam soltos em sua mente.
Respirou fundo. Subiu as escadas devagar. Passos pesados, como se carregasse o peso de um passado que não lhe dava trégua. Ao abrir a porta do quarto, encontrou Alinna sentada em frente ao espelho, com um roupão de algodão claro, penteando os cabelos com movimentos suaves.
Ela sorriu de leve ao vê-lo.
Ele se aproximou em silêncio e beijou o pescoço dela com delicadeza.
— Vou pro banho — sussurrou, e seguiu para o banheiro sem esperar resposta.
Deixou a porta entreaberta. A água caiu pesada sobre seus ombros, mas não o bastante para lavar os pensamentos. Ainda era o mesmo homem dividido entre o que queria ser e o que precisava esconder.
Saiu minutos depois, enxugando o cabelo com a toalha, outra amarrada na cintura. Alinna o observava enquanto pas