CAPÍTULO 67
Entre o colo do marido e o palco do mundo
Eduard acordou cedo. O relógio na mesa marcava 6h45 quando ele se levantou, deixando o quarto mergulhado em silêncio. O corpo ainda trazia o calor da noite anterior, mas os gestos não eram mais os de um homem que a tinha despido contra uma estante. Agora, cada movimento dele tinha outra energia — calculada, precisa, controlada.
Enquanto se vestia, Alinna observava por entre as pálpebras semicerradas. O terno cinza, a gravata sóbria, o cabelo penteado para trás. Não havia pressa nas mãos dele, mas também não havia carinho. Era o marido que ia para o trabalho, não o homem que passara horas se alimentando dela na biblioteca.
Antes de sair, ele olhou para a cama. — Dorme mais um pouco, amor. Hoje vai ser um dia longo.
Ela apenas acenou com a cabeça. O som firme dos passos dele ecoou pelo corredor, seguido pelo fechar da porta.
Por volta das oito da manhã, Alinna decidiu respirar o ar fresco do jardim. Desceu até a casa menor no fundo d