CAPÍTULO 68
O menino que mexeu com meu coração
O relógio marcava exatamente oito horas da manhã quando o carro preto parou diante da porta principal. Tio Jarbas, no banco do motorista, sorriu ao vê-la sair com uma pasta de exames na mão.
— Pronta, minha menina?
— Pronta… — respondeu, embora a voz denunciasse um peso no peito.
O trajeto até a clínica foi tranquilo, a brisa da manhã entrando pela fresta da janela. O céu da Sicília estava limpo, mas dentro dela o clima era outro. O silêncio entre uma frase e outra não era desconfortável — Jarbas sabia que, às vezes, ela precisava apenas pensar.
Na recepção, o cheiro de álcool e flores artificiais a envolveu. Assinou os papéis, sentou-se ao lado de Jarbas e esperou ser chamada.
— Filha, você dormiu bem? — ele perguntou, cruzando os braços.
Ela balançou a cabeça. — Não muito. Fiquei pensando… se fosse o Caio, ele estaria aqui. Ele não perderia isso por nada.
Jarbas soltou um suspiro pesado, mas não disse nada.
O nome dela foi chamado. Entr