CAPÍTULO 48
Quando o silêncio de um rio fala mais do que mil promessas.
Ela emergiu sorrindo, leve, como se o rio lavasse as dores do corpo e da alma. Ele se virou, estendeu o lençol no gramado, se sentou e abriu o vinho. Serviu-se, observando-a com admiração silenciosa.
— Ei! — ela gritou, rindo.
— Que foi?
— Não vai entrar?
Ele abaixou o olhar:
— Não sei...
— Por quê? — ela insistiu, já sabendo a resposta.
— Porque se eu entrar... não vai ser só por causa do rio.
Ela se aproximou, ainda dentro da água:
— Você quer?
— O quê?
— Entrar aqui.
As pálpebras dele baixaram por um segundo. A mente o levou direto à lembrança do riacho, dela cavalgando sobre ele, em noite de lua.
Eduard tirou a bermuda, sem hesitar. Parou nu diante do rio. Ela o olhou, surpresa com a excitação evidente.
Ele pulou.
Ela deu um gritinho risonho.
Emergiu perto dela.
— Eu quero. — disse com a voz baixa.
Ela o encarou. Ele se aproximou mais. Colocou as mãos no rosto dela. Tocou com os polegares os cantos da boca del