CAPÍTULO 94
A voz que ele sabe que ela não pode esquecer
Caio se aproxima devagar, sem pressa, o olhar fixo nela como se estivesse medindo cada reação. O silêncio entre eles era espesso, como se até o ar estivesse esperando para ouvir.
— Sei dos gostos do meu irmão, Alinna… — a voz baixa, quase um rosnado — eu o conhecia mais do que ele mesmo. E não quero que me compare a ele.
Ele gira o corpo dela até que fique de costas para ele, encostada na janela fria. O vidro toca as costas dela e a pele arrepia. As mãos dele sobem devagar pelos braços dela, firmes, quentes, marcando território.
— Meu lado macho vai sempre se lembrar que ele tocou você. Que ele entrou em você. — O timbre grave carregava mais que ciúme, carregava posse. — E sei que será impossível você não lembrar… assim como se lembrava de nós quando estava com ele.
Ela prende a respiração. O nome dele, as lembranças, a sobreposição de imagens… tudo se mistura. Ele percebe e se inclina, a boca próxima à orelha dela, o hálito que