CAPÍTULO 95
A voz que ele sabe que ela não pode esquecer
A gravata desliza pelos pulsos dela como um segredo sendo desfeito.
Mas não é um gesto de libertação — é uma concessão calculada. Um privilégio que ele dá de propósito: o de usar as mãos nele.
Os dedos de Alinna sobem pelo abdômen dele, explorando o caminho até o peito. As unhas arranham de leve, deixando marcas tênues na pele quente. A venda nos olhos, longe de limitar, amplifica cada sensação. Ela não precisa ver.
Ela o sente — o peso do corpo dele, o calor que irradia, a voz grave que guia.
Caio a vira com um movimento firme, posicionando-a de joelhos, apoiada nos antebraços. A curva perfeita das costas se molda à luz suave que entra pela janela, criando sombras que parecem feitas para ele admirar.
A palma dele desliza desde a nuca até os quadris, lenta, quase reverente, como quem percorre um mapa antigo e sagrado.
— Agora… — a voz dele é um comando baixo — me mostra a mulher que sobreviveu a sete anos sem mim.
Ele se afast