Ser governador era mais do que um cargo. Era um trono. E eu, aprendi cedo que o poder é mais eficaz quando exercido em silêncio, com um sorriso afiado, uma gentileza calculada, e olhos que todos confundem com carisma.
Eles me chamam de homem de honra. Um político íntegro. Mas ninguém enxerga o que há por trás das cortinas do meu gabinete. E é melhor assim. Porque se descobrissem... acabaria tudo. Menos ela. Ela nunca acabaria. Porque a única coisa que eu não conseguiria perder seria Naira.
Ela entrou para o meu comitê como estagiária. Rosto angelical, olhos de tempestade, uma inteligência que me divertia, e desafiava. Ela era diferente das outras mulheres que tentavam me agradar. Não, Naira me confrontava. Argumentava. Discordava de mim. E foi exatamente isso que me fez desejá-la.
Não demorou muito para eu decidir promovê-la. Assistente pessoal. Onde eu pudesse tê-la por perto. Onde ela não pudesse fugir. No início, ela relutava em tudo: nas mudanças de horário, nas exigências absurda