A porta da masmorra se abriu com o rangido metálico de sempre. Um cigano entrou com a bandeja de estanho, equilibrando o jantar simples — pão, carne cozida, um jarro de água.

— Aqui está o seu jantar — disse seco, sem encarar Rivera.

Rivera bufou, ainda com o orgulho ferido, mas pegou o prato com mãos firmes. Carmelita se aproximou, ajeitando os cabelos sujos. Comeram rápido, como feras enjauladas. Pouco depois, os bocejos começaram. Os olhos pesaram.

Do lado de fora, o guardião fechou a porta e caminhou até o médico, que aguardava com sua maleta.

— Eles já estão comendo… já estão sonolentos.

O médico apenas assentiu e entrou. Tinha o olhar frio de quem fazia aquilo por dever, não por prazer. Enquanto Rivera e Carmelita cambaleavam de sono, ele preparou os instrumentos. Um a um, introduziu os chips subcutâneos no couro cabeludo deles, em pontos ocultos pelo cabelo.

— O veneno está no programa — explicou baixo, para o pai de Sara. — Vai dis