Dia Seguinte
SOFIA
Desde a última visita de Isabella, Enzo ficou diferente.
Mais calado. Mais pensativo. Mais... pequeno.
Era como se algo dentro dele tivesse sido remexido e, agora, ele não soubesse onde guardar aquilo. Eu via. Sentia. Percebia nos gestos pequenos, no silêncio que doía, no olhar que antes vibrava e agora se apagava aos poucos. Ele não entendia completamente o que sentia, mas havia um nó — um daqueles que apertam o peito, a garganta, e fazem os olhos encherem mesmo sem choro — que ele não sabia desatar.
Naquela manhã, ele se sentou na ponta do sofá com o tablet no colo. A tela acesa iluminava seu rosto, mas ele não mexia, não jogava, não ria. Apenas olhava, como se procurasse alguma resposta no brilho da tecnologia. Eduardo saiu cedo para uma reunião. Na noite anterior, ele tentou me tranquilizar dizendo que tinha colocado os limites em Isabella. Mas eu sabia. Sabia que as consequências sempre caíam primeiro sobre o coração do Enzo. E esse coraçãozinho já tinha apanha