EDUARDO
Cheguei em casa mais tarde naquele dia. Sofia já tinha colocado o Enzo pra dormir e estava no banho. A luz do corredor iluminava a casa silenciosa, cortada apenas pelo som da água caindo. Peguei um copo d’água na cozinha e me sentei na sala, tentando respirar.
O interfone tocou. Meu corpo gelou antes mesmo de atender.
Era a Isabella.
Engoli o nó na garganta e apertei o botão.
— Pode subir.
Sofia apareceu na porta do banheiro, enrolada na toalha, os cabelos pingando, o rosto tenso.
— Quem é?
— Isabella.
Ela franziu a testa, preocupada.
— A essa hora?
— Eu resolvo. Vai descansar.
Ela hesitou. Mas confiou. Como sempre confiou.
A porta do elevador se abriu. Isabella saiu como uma tempestade, olhos inquietos, expressão carregada.
— A gente precisa conversar. Agora.
— Então entra — murmurei, tentando manter o controle.
Ela atravessou a sala como se ainda tivesse algum direito. Como se os anos sumissem com a mesma facilidade com que ela sumiu da vida do próprio filho.
Sentou-se no so