SOFIA
Sábado chegou arrastando uma quietude que pesava no peito. Não era só um dia comum. Era como se o universo prendesse a respiração, esperando pelo que viria. Uma calma falsa… daquelas que surgem antes da tempestade ou de um milagre.
Enzo acordou antes do sol tocar direito as cortinas. Os olhos ainda sonolentos, mas o corpo inquieto. Ele apertava contra o peito o papel amassado que vinha escondendo há dias debaixo do travesseiro — o desenho que tinha feito pra ela.
— Hoje é o dia que a mamãe vai vir de novo? — perguntou, com a voz baixinha, como se tivesse medo de que a resposta pudesse mudar o rumo do mundo.
Meus olhos encontraram os dele. Tão cheios de esperança e medo ao mesmo tempo que meu coração pareceu tremer.
Assenti devagar.
— É sim, amor. Hoje à tarde. Mas lembra o que a gente combinou? Você manda no seu tempo. Se quiser mostrar o desenho, ótimo. Se quiser só olhar, também tá tudo certo. Ninguém vai te obrigar a nada.
Ele mordeu o lábio inferior e engoliu seco, os olhinh