EDUARDO
Na manhã seguinte, Enzo acordou com os olhos mais leves. Tinha algo diferente nele. Um silêncio menos pesado. Não era como se o passado tivesse desaparecido, mas como se ele tivesse encontrado um lugarzinho dentro dele pra encaixar aquela nova realidade.
Sofia estava na cozinha preparando o café. O cheiro de pão quentinho preenchia a casa, misturado com o som da chaleira apitando. Me aproximei e a envolvi pela cintura, encostando o queixo no ombro dela.
— Dormiu bem? — perguntei, baixinho.
— Melhor do que imaginei. E você?
— Passei a noite pensando.
Ela se virou, com aquele olhar que atravessa qualquer armadura que eu tente vestir.
— Pensando em quê?
— No que a gente vai fazer agora. Sobre a Isabella. Sobre o Enzo. Sobre a nossa casa.
Ela assentiu, séria.
— Eu também pensei. E cheguei numa conclusão: a gente vai precisar de um novo plano.
— Um plano que inclua ela?
— Um plano que não exclua o que é importante pro Enzo.
Suspirei, sentando à mesa.
— Eu confesso que tenho medo, S