SOFIA
Eu nunca imaginei que o barulho de uma maçaneta girando pudesse me causar tanto pavor. Mas naquela noite, quando ouvi o leve clique da porta dos fundos, meu coração quase parou.
Eduardo se levantou num pulo, já com a arma que guardava trancada no cofre da estante. Sim, ele tinha uma. E agora, pela primeira vez, estava ao alcance da mão.
— Fica aqui — ele sussurrou.
— Nem pensar — rebati, já pegando meu celular e discando para o segurança da portaria.
Mas quando Eduardo chegou à porta, encontrou… o segurança do condomínio.
— Sr. Ferraz… desculpe, eu bati na frente e ninguém atendeu. Enzo estava chorando alto e achei melhor tentar por aqui. — O homem parecia nervoso, suando frio.
— Chorando? — perguntei, assustada.
Corri até o quarto. Enzo estava agitado na cama, os olhos entreabertos, falando coisas desconexas. Pesadelo.
— Enzo, mamãe tá aqui — sussurrei, acariciando sua cabeça.
Mas algo não batia. O segurança nunca usava aquela entrada. E muito menos aparecia sem avisar.
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