EDUARDO
Instalar aquele novo sistema de câmeras não me deu a paz que eu esperava. Cada parafuso apertado, cada sensor ativado, era como um lembrete de que a nossa casa — o nosso lar — tinha sido violada. As trancas reforçadas pareciam frágeis diante da ameaça real que rondava a gente.
Quando terminei, sentei no sofá com o corpo pesado. As mãos tremiam, e levei os dedos até a cabeça, pressionando as têmporas como se quisesse expulsar o caos que martelava ali dentro.
— Isso tá ficando fora de controle — murmurei, num desabafo quase sem voz.
Sofia sentou ao meu lado. Não encostou em mim de imediato, mas sua presença era um ancoradouro firme no meio daquela tormenta. Ela olhou pra frente, depois pra mim, com os olhos brilhando de tensão, mas a voz saiu firme, baixa, como se tivesse medo que as paredes estivessem ouvindo.
— A gente precisa considerar que alguém do nosso convívio… pode estar ajudando ele.
Levantei os olhos, devagar. Senti o estômago virar.
— Você tá dizendo que tem um infil