Após perder o emprego e enfrentar dificuldades financeiras, Amanda, uma jovem dedicada e otimista, aceita o cargo de babá para a filha de um poderoso e reservado CEO, Victor Castellani. Conhecido por sua frieza e perfeccionismo, Victor dedica sua vida aos negócios e tem dificuldade em se conectar com sua filha, Sofia, que foi criada à distância após um doloroso divórcio. Amanda rapidamente conquista o coração da pequena Sofia com sua paciência e carinho, ajudando a menina a superar os traumas do abandono emocional. Enquanto isso, Victor se sente intrigado pela babá que parece enxergar além de sua fachada rígida. Com o tempo, uma atração cresce entre eles, mas ambos carregam feridas do passado que ameaçam impedir qualquer chance de felicidade. Será que Amanda conseguirá curar os corações dessa família e encontrar o amor onde menos esperava?
Ler maisAmanda olhou para a cama improvisada no sofá onde Dona Marlene descansava, a pele pálida e os traços abatidos denunciando sua fragilidade. Apesar de tudo, havia ternura em seu olhar, mesmo ao dormir. Amanda ajeitou a coberta com cuidado, tentando ao menos proporcionar conforto onde não podia oferecer soluções.
O relógio na parede do pequeno apartamento marcava 7h15 da manhã, mas Amanda já estava acordada há horas. As preocupações pesavam como uma âncora, prendendo-a em um turbilhão de ansiedade. Na mesa da sala, uma pilha de contas acumulava-se como uma montanha intransponível: aluguel atrasado, faturas de água e luz esquecidas no tempo, e os custos exorbitantes do tratamento médico de sua mãe, que recentemente fora diagnosticada com uma doença crônica.
— Vai dar certo, mãe. Eu prometo — murmurou, mais para si mesma do que para a mulher adormecida.
Amanda suspirou depois de arrumar as cobertas em cima de sua mãe, ela acariciou o rosto de sua querida mãe com o coração pesado, a tristeza tomando conta de seu corpo.
Amanda segurou as lágrimas.
— Está tudo bem. Eu dou conta.***
Amanda trabalhava como garçonete em uma lanchonete no centro da cidade, um emprego simples, mas que colocava comida na mesa. Ainda assim, o salário mal era suficiente para manter as contas básicas em dia. Ela sabia que algo precisava mudar, mas não esperava que o universo fosse tão cruel ao adiantar essa mudança.
Naquela manhã fatídica, enquanto atendia os primeiros clientes do dia, o gerente, Sr. João, a chamou com um semblante grave.
— Amanda, preciso falar com você no escritório.Um frio percorreu sua espinha. Tentando não pensar no pior, ela seguiu-o para a pequena sala nos fundos do restaurante. Sentou-se à frente dele, o coração acelerado, enquanto ele fechava a porta.
— Olha, Amanda... Eu sinto muito — começou ele, com o olhar baixo, incapaz de encará-la diretamente. — Estamos cortando custos. A lanchonete não está indo bem, e... bom, você entende, né?
As palavras a atingiram como um golpe. Amanda abriu a boca para protestar, mas logo percebeu que seria inútil.
— Eu... eu realmente preciso desse emprego, Sr. João. Minha mãe está doente, e...
— Eu sei, Amanda, eu sei. Mas não é algo pessoal, entende? É só... o momento.
Quando saiu da sala, sentiu os olhos marejarem, mas recusou-se a chorar ali. Atravessou o restaurante com a cabeça erguida, pegou suas coisas e saiu pela porta sem olhar para trás.
"E agora? O que eu faço?" Amanda pensou sem saber para onde ir.
De volta ao apartamento, Amanda sentou-se à mesa da cozinha, encarando as contas como se fossem inimigos impossíveis de derrotar.
— Não posso me dar ao luxo de parar.
Nos dias seguintes, Amanda se lançou de cabeça na busca por um novo emprego. Distribuiu currículos em lojas, restaurantes, postos de gasolina, qualquer lugar que pudesse oferecer uma vaga. Cada não que recebia mais parecia uma pista para desistir, entretanto ela não podia se dar ao luxo de desistir.
À noite, quando retornava para casa, exausta, sempre encontrava sua mãe tentando disfarçar a preocupação.
— Como foi hoje, minha filha? — perguntava Dona Marlene, mesmo sabendo a resposta.
— Ainda nada, mas amanhã vai ser diferente.
Mesmo sem acreditar totalmente nisso, Amanda insistia. Afinal, ela não tinha outra escolha.
Certa manhã, enquanto caminhava pelo centro da cidade, algo inesperado chamou sua atenção. No painel de anúncios de uma padaria, um pequeno papel escrito à mão parecia brilhar entre os outros cartazes desgastados:
"Procura-se babá. Trabalho de segunda a sábado. Bom salário. Enviar currículo para o e-mail abaixo."
Amanda hesitou. Nunca havia trabalhado como babá antes, mas lembrou-se dos dias em que cuidava de seus primos mais novos enquanto os tios trabalhavam.
— Não tenho nada a perder.
Naquela mesma tarde, enviou o currículo. Não esperava uma resposta rápida, mas, para sua surpresa, no dia seguinte recebeu uma ligação.
— Olá, é Amanda? — disse uma voz feminina educada. — Sou Teresa, governanta da casa do senhor Victor Castellani. Gostaríamos de agendar uma entrevista amanhã às 10h.
Amanda confirmou, ainda incrédula. O nome Castellani parecia familiar, como se tivesse ouvido em algum lugar, talvez nas notícias ou revistas de negócios.
No dia seguinte, Amanda se encontrava diante de um portão imponente em um bairro que jamais pensou pisar. O lugar parecia tirado de um filme: mansões alinhadas, com jardins impecáveis e fachadas luxuosas.
Quando o segurança abriu o portão após conferir seu nome, Amanda engoliu em seco. Teresa, uma mulher alta e elegante, a recebeu com um sorriso contido.
— Senhor Castellani está esperando na sala de estar. Por favor, siga-me.
Ela entrou na mansão, sentindo-se pequena diante da grandiosidade ao seu redor. O chão de mármore brilhava, e as peças de arte espalhadas pelas paredes pareciam valer mais do que ela ganharia em anos.
Victor Castellani estava sentado em um sofá de couro preto, vestido impecavelmente em um terno azul royal sob medida. Seus olhos avaliadores pousaram sobre Amanda assim que ela entrou.
— Senhor Castellani, esta é Amanda — anunciou Teresa antes de sair da sala, deixando os dois sozinhos.
Amanda sentiu as mãos suarem, mas estendeu a mão com firmeza.
— É um prazer conhecê-lo, senhor Castellani.Ele fez um leve aceno de cabeça, indicando que se sentasse.
— Quero ouvir sobre sua experiência.Ela recolheu a mão timidamente se sentando no lugar indicado.
Amanda respirou fundo.
— Bem, eu nunca trabalhei como babá antes, mas sempre cuidei dos meus primos mais novos. Sou paciente, organizada e...Victor a interrompeu com um gesto.
— Sofia não é uma criança comum. Ela passou por muita coisa e não é fácil de lidar. Preciso de alguém que seja firme, mas compreensivo. Você acha que pode dar conta disso?Amanda hesitou por um segundo, mas antes que pudesse responder, uma risada infantil ecoou pelo corredor. Uma menina de cerca de sete anos entrou na sala como um furacão, os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo desalinhado e os olhos brilhantes de curiosidade.
— Papai, você prometeu que... — Ela parou ao notar Amanda, e seu olhar desconfiado deixou claro que já havia passado por situações como aquela antes.
— Sofia, esta é Amanda. Ela está se candidatando para ser sua nova babá.
A menina cruzou os braços e ergueu o queixo.
— Mais uma?Amanda percebeu o desafio no olhar de Sofia e, sem pensar muito, sorriu.
— Oi, Sofia. Eu sou Amanda. Adoro brincar de esconde-esconde. E você?Sofia arqueou uma sobrancelha.
— Você sabe brincar de verdade?— Sei, mas só com quem é bom de esconder. Será que você é?
Por um momento, a desconfiança deu lugar a uma faísca de curiosidade.
— Talvez.Victor observava a interação em silêncio sem demonstrar sequer uma expressão favorável ou desfavorável an atitude de Amanda com sua filha Sofia.
— Teresa mostrará o resto da casa e explicará suas responsabilidades. Vou decidir mais tarde se você é adequada para o trabalho — disse ele, encerrando a conversa, se levantou seguindo para as obrigações de seu dia.
EpílogoOs anos passaram de forma estranhamente rápida, mas de uma maneira que parecia ao mesmo tempo suave e imutável. A mansão Castellani, que agora era seu lar, era um reflexo da vida que Amanda e Victor haviam construído juntos. A imensa casa de pedra, rodeada por jardins exuberantes e um campo vasto que parecia tocar o horizonte, era o cenário perfeito para uma vida que parecia ter dado certo após tantos desafios.Aquela manhã, no entanto, tinha um sabor diferente. O sol ainda estava baixo, mas sua luz já aquecia o ambiente, refletindo nas janelas da mansão. No quarto, Amanda se espreguiçou lentamente, os raios dourados iluminando sua pele enquanto ela acordava. Seu cabelo caía em cachos suaves sobre o travesseiro, e o cheiro de café fresco se espalhava pela casa.Ela sorriu ao ouvir o som de risadas vindas de algum lugar da casa. Theo, seu filho, agora com cinco anos, tinha se tornado o centro de seu mundo, a razão pela qual o amor de Amanda e Victor havia florescido de uma mane
Capítulo 48Nove meses haviam se passado desde aquele dia turbulento em que Amanda descobriu que estava grávida. A ansiedade, o medo e a surpresa deram lugar a uma nova sensação: esperança. Ela estava prestes a dar à luz ao filho de Victor, e a vida estava prestes a mudar de maneira irreversível, mas, de algum modo, ela sentia que estava pronta.O trabalho de parto começou em uma manhã calma, com o sol entrando pela janela do quarto, iluminando o ambiente com uma luz suave. Amanda sentiu as primeiras contrações no meio da noite, mas demorou para acreditar que era realmente o início do trabalho de parto. Quando a dor se intensificou, ela acordou Victor, e ele, imediatamente, entrou em modo de ação.— Amanda, vamos ao hospital. Agora. — Ele falou, tentando manter a calma, mas seu rosto estava marcado pela preocupação.Ela assentiu com um sorriso nervoso, embora a dor estivesse começando a tomar conta de seu corpo. Victor foi para o lado dela, ajudando-a a se levantar da cama e a se vest
Capítulo 47A luz suave da manhã invadia o quarto de Amanda, dançando pelas cortinas semiabertas. Ela abriu os olhos lentamente, piscando para ajustar-se à claridade. A noite passada parecia um sonho — uma mistura de emoções e sensações tão intensas que seu corpo ainda carregava as marcas da paixão compartilhada com Victor. O calor do corpo dele ao seu lado era reconfortante, e por um breve momento, Amanda sentiu-se completamente em paz.Mas então, uma onda súbita de náusea a atingiu. Sua expressão mudou, e ela se levantou de supetão, o coração disparado.— Droga... — murmurou, pressionando a mão contra a boca enquanto corria para o banheiro.Victor acordou com o barulho, alarmado. Ele sentou-se na cama, esfregando os olhos enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Ele ouviu o som da torneira no banheiro sendo aberta e o som suave de Amanda tentando controlar a respiração. Preocupado, levantou-se rapidamente e foi atrás dela.— Amanda? — chamou, batendo levemente na porta an
Capítulo 46A noite avançava lentamente, com a cidade iluminada pelas luzes que vinham de fora da janela do apartamento de Amanda. Sofia dormia profundamente no quarto, o som de sua respiração tranquila sendo quase um lembrete tangível da paz recém-conquistada. Na sala, Victor e Amanda permaneciam em silêncio. Mas não era um silêncio vazio — era carregado, vibrante, quase como uma corda prestes a se romper.Amanda mexia distraidamente no cabelo, o olhar vagando pela sala, mas frequentemente pousando em Victor. Ela tentava processar o selinho que ele havia lhe dado mais cedo. Foi tão repentino, tão natural, mas tão inesperado. E o que era mais perturbador é como aquilo fez seu coração disparar de uma forma que ela não sentia há anos.Victor estava sentado no sofá, com uma perna esticada e a outra dobrada, segurando um copo de uísque que ele mal tocava. A camisa entreaberta deixava à mostra o peito musculoso marcado pelas cicatrizes da guerra contra os Marchesi, cicatrizes que, de certa
Capítulo 45Victor respirou fundo ao sair do elevador e se encontrar diante da porta do apartamento em que Amanda estava ficando durante a guerra contra os Marchesi. Ele sabia que aquele momento não seria apenas o fim de um ciclo, mas o começo de algo completamente novo. A guerra contra os Marchesi havia terminado, e, pela primeira vez em meses, ele sentia que podia baixar a guarda.Com uma batida firme, ele anunciou sua chegada. A porta se abriu rapidamente, e Amanda apareceu no batente, surpresa. A expressão dela era uma mistura de alívio e exaustão, mas seus olhos não escondiam a felicidade ao vê-lo.Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Sofia surgiu correndo da sala, gritando: — Papai!Victor imediatamente se abaixou, abrindo os braços. Quando Sofia se jogou nele, ele a pegou no colo, apertando-a com força contra o peito. — Minha pequena, acabou, — ele sussurrou, com a voz embargada. — Acabou de verdade.Sofia o segurou com força, como se temesse que ele desaparecesse de n
Capítulo 44A chuva caía pesada sobre as ruas de Gênova, como se o céu também estivesse participando do desfecho de uma guerra que há muito tempo assolava a cidade. No esconderijo dos Castellani, a tensão era palpável, mas havia um brilho de determinação nos olhos de todos. Eles sabiam que o momento decisivo havia chegado.Victor estava diante da mesa principal da sala de operações, rodeado por seus aliados mais leais: Albus, Luca, Franco e um punhado de homens que haviam sobrevivido às batalhas mais sangrentas. No centro da mesa, um mapa da cidade com marcações detalhadas indicava os pontos-chave do território dos Marchesi.— Hoje, isso acaba, — disse Victor, a voz firme e cheia de propósito.Luca assentiu, ajustando os óculos enquanto exibia no monitor os dados mais recentes da inteligência. — Interceptamos a última comunicação dos Marchesi. Eles estão reunidos no antigo armazém da Via Ferrata. É o centro de comando deles agora, mas também é o ponto mais vulnerável.Franco, ainda c
Último capítulo