Três Dias Depois: A Verdade que os Destruiu
Fui diagnosticada com lúpus eritematoso sistêmico grave. Vou morrer em três dias.
Quando meu marido desligou minha 188ª ligação desesperada, peguei o laudo médico e entrei numa funerária.
— Bom dia, queria marcar minha própria cremação e ver se tenho direito ao auxílio-funeral. — Disse, com a voz já resignada.
Dez minutos depois, eles apareceram.
Antes que eu pudesse explicar, Henrique, meu marido advogado, me deu um tapa na cara e cuspiu:
— Para competir pela atenção com a minha irmã, agora você se faz de doente terminal?
Enquanto isso, meu irmão, Carlos, o médico, arrancou meus exames das mãos e riu com desdém:
— Lúpus? Nem pra mentir direito! A chance é tipo acertar a Quina com a febre do ouro!
Segurando a dor, voltei ao balcão e estendi a papelada novamente. A atendente viu as manchas de borboleta nos meus pulsos e a expressão dela mudou.
— Não tenho mais família.
— Peço só a cremação em três dias, em qualquer lugar. Só não quero causar ônus a ninguém, nem após a morte.