A chuva começava a cair sobre a cidade como uma cortina lenta e pesada. Gotas grossas deslizavam pelos vidros do apartamento de Luana, que permanecia sentada no chão da sala, abraçada a um travesseiro. Desde a visita do detetive Brandão, algo dentro dela havia se agitado. Eduardo ainda estava desaparecido. E o medo, esse velho conhecido, já batia à porta.
Do outro lado da cidade, Lucas observava a mesma chuva pela janela de seu apartamento. Estava sentado no escuro, a luz da rua projetando sombras em seu rosto tenso. Sentia-se em suspenso, como um animal enjaulado prestes a atacar. O quadro com as fotos de Luana, Nicole e agora também Brandão, estava reorganizado.Nicole havia enviado várias mensagens durante o dia:"Já é quase noite e você não respondeu nada. Tá tudo bem, Lucas?""Tava pensando se você quer dormir aqui hoje... eu fiz sopa.""Tô com saudades. Me sinto segura com você."Essas palavras, longe de acalmá-lo, apenas a