O som da madrugada era espesso e silencioso, como se o mundo segurasse a respiração. Lucas estava sentado no escuro do pequeno apartamento que agora dividia com Nicole, o olhar perdido na parede, como se pudesse atravessá-la com o pensamento. Sua mente, no entanto, estava distante dali, presa nas lembranças e na obsessão que o consumia. O nome dela ecoava em sua mente como um sussurro constante: Luana.
Ele havia passado os últimos dias em estado de vigília, observando, anotando, traçando rotas e padrões. Luana parecia mais triste do que o habitual. Desde o desaparecimento de Eduardo, sua rotina mudara. Estava mais reservada, passava mais tempo sozinha e evitava contato até mesmo com Nicole. Lucas via tudo isso como um sinal de que o mundo ao redor dela estava desmoronando, e isso de alguma forma o confortava. Afinal, se ela precisava de algo, mesmo sem saber, ele estava ali. Sempre esteve.Mas não havia como negar: os dias o estavam deixando cada vez mais instável.