O silêncio caiu sobre a noite como um luto coletivo. Não havia música. Não havia vento. As luzes da cidade pareciam mais opacas, como se soubessem o que estava prestes a acontecer. Lá no alto, em um apartamento pequeno, escuro e solitário, o mundo de Lucky Valley desmoronava como uma catedral sem fé.
Helena estava parada diante da janela, os olhos fixos em nada. Os papéis sobre a mesa confirmavam tudo: datas, nomes, relatos, pistas... e sangue. Era como se cada página pesasse mais do que seu corpo podia carregar. O nome dele, o verdadeiro nome, o falso nome, o nome que ela gritou no silêncio de seus sentimentos, estava ali — gravado na tinta e na memória, impossível de ser apagado.
Lucas. Lucky. O homem que ela amou. O homem que a destruiu em silêncio.
A última confissão, deixada em um áudio anônimo, ainda ecoava dentro dela como um cântico fúnebre:
> “Eu faria tudo de novo, Luana. Tudo. Porque quando te vi pela primeira vez, encontrei algo que nunca tive — um motivo pra viver. Você f