O silêncio da madrugada parecia pesar sobre os ombros de Lucas. Cada passo que ele dava dentro de seu próprio apartamento ecoava como marteladas dentro da cabeça. A respiração curta, os olhos fundos e as mãos tremendo. Ele já não sabia dizer se era insônia, ansiedade, obsessão ou um colapso iminente. Talvez tudo isso.
Sentou-se na beirada da cama, encarando o vazio. Seus dedos batiam em ritmo frenético no joelho, como se tentassem acompanhar a corrida descontrolada do próprio coração. A imagem dela... Luana. Sempre Luana. Estava gravada na mente como fogo em carne viva. O cheiro do cabelo, o som da risada, o jeito distraído que ela ajeitava a alça da bolsa no ombro. Mas algo estava errado. Muito errado. Nos últimos dias, o desconforto que morava dentro dele cresceu até se tornar um monstro devorador. Tudo começou com pequenos sinais — mensagens não respondidas, sumiços pontuais, telefonemas no meio da madrugada. Nicole, sua namorada, ante