O céu estava cinza. As nuvens carregadas se acumulavam como se refletissem o que Lucas sentia por dentro. A cidade parecia diferente naquela manhã. Mais vazia. Mais hostil.
Ele observava de dentro do carro, os dedos tamborilando contra o volante, o olhar fixo no prédio onde, até ontem, Luana vivia. Agora, ela era... Helena. O nome ecoava na cabeça dele como uma sentença de morte. Era como se tudo o que ele tivesse feito até aqui tivesse sido em vão. Todo o tempo que passou planejando, observando, cuidando... Nada mais fazia sentido se ela simplesmente desaparecesse. As mãos tremiam. O corpo inteiro parecia uma corrente elétrica prestes a explodir. A ansiedade corroía cada célula. A respiração curta, entrecortada, fazia seu peito doer. O coração batia tão forte que parecia querer rasgar as costelas e saltar pela boca. Ele apertou os olhos, apoiou a testa no volante e tentou se concentrar. — Pensa, pe