Luana ainda se lembrava com clareza das ruas calmas e frias de Caxias do Sul, da sua cidade natal onde o tempo parecia correr mais devagar, e as pessoas se conheciam pelo nome. Mas agora, em Porto Alegre, tudo era diferente — uma metrópole pulsante, cheia de pressa e ruídos, onde a vida parecia acontecer num ritmo frenético, mas onde, para ela, cada esquina escondia uma promessa.
Depois de aceitar o desafio da rádio comunitária no bairro de Santa Cecília, Luana mergulhou de cabeça na preparação da matéria sobre cultura urbana. A cidade a surpreendia a cada dia: artistas de rua que pintavam muros com cores vivas mesmo sob o cinza das nuvens, coletivos de música independente que faziam da garagem seu palco, grupos de grafiteiros que transformavam vielas esquecidas em galerias a céu aberto. Era um mundo vibrante, cheio de vida, contrastando fortemente com a imagem fria e distante que seu irmão Rafael tinha da capital.Ela anotava tudo em seu caderno: nomes, horários,