Laerte olhava para Glauco, incerto do que ele queria exatamente. — O que você quer saber? O que aconteceu naquele dia? Por que está revirando isso de novo? Você já tinha concluído que eu e ela éramos amantes, e que eu era culpado pela morte dela...

— E não foi assim? Perguntou Glauco, puxando a cadeira e se sentando, como quem diz: comece a falar, tenho tempo.

Laerte, um pouco trêmulo, deu passos vacilantes e também se sentou, ajeitando a cadeira. — Por onde você quer que eu comece?

— Tenho tempo. Comece pelo começo.

— Naquele dia, Sofia me ligou. Disse que você andava estranho. Começou Laerte.

— Estranho? Glauco afilou o olhar.

— Apenas repetindo o que ela me disse. Achei que você ainda estava incomodado com o fato de eu ter assumido a chefia do grupo, e eu precisava falar com você. Você me evitava... queria me explicar.

— Você não tinha nada que explicar. Foram eles que te colocaram lá. Eu apenas me afastei pra cuidar da minha vida. Afinal, sempre precisei andar com minhas próprias