164- " Em mente."

Carlos baixou a cabeça em silêncio. O capataz de confiança de Wladimir levou o café até a casa maior, mas deixou apenas um pouco para Carlos. As mulheres, mais uma vez, teriam que se contentar com as sobras.

Enquanto isso, em Sorrento… Sofia ora chorava, ora amaldiçoava Amália e Glauco. A solidão a consumia, e a raiva parecia ser a única chama que a mantinha de pé.

Danilo, caído no chão frio do galpão, gemia baixo. O corpo ainda sentia as marcas da surra que levara: dois dentes bambos, os olhos inchados e doloridos, a cabeça latejando como se fosse explodir. O anfitrião, magro e abatido, recusava-se a comer. Estava fraco, quebrado, tão distante de si mesmo que parecia apenas uma sombra do homem que fora.

Glauco, depois de deixar a cela de Sofia, não voltou ao escritório ou a empresa, seguiu direto para a mansão. De pijama, sem camisa, deitou-se sobre a cama. O perfume doce de Amália ainda impregnava os lençóis, provocando-lhe uma dor surda no peito. O coração batia revoltado, tomado
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