Avistou, à frente, uma construção robusta de troncos escuros. A chaminé lançava uma fumaça densa contra o céu noturno, iluminada apenas pelo reflexo alaranjado da lareira. Ao redor, a escuridão parecia infinita; apenas aquela casa quebrava o vazio branco e negro da Sibéria.
O homem abriu a porta, bateu as botas pesadas contra o batente para se livrar da neve. Marta o imitou, ainda vacilante.
Lá dentro, uma sala tomada por homens armados. Estavam espalhados em poltronas de madeira cobertas de peles, o olhar frio e indiferente a ela. Marta baixou os olhos, tentando esconder o medo que lhe corroía o estômago.
O homem atravessou a sala e seguiu por um corredor comprido, paredes rústicas iluminadas por tochas. No fim, parou diante de uma porta pesada. Bateu duas vezes.
Do outro lado, uma mão surgiu de trás de uma poltrona, apenas o dedo indicador erguido em sinal de comando. O homem entendeu, empurrou Marta para dentro e fechou os olhos rapidamente em sua direção, num gesto seco de que ela