Desajeitado e amarrotado, ele se levantou. Nice o observava com surpresa e pena.
— Fiz café, o senhor deve comer. Quase não tem voltado para casa e não o vejo se alimentar.
— Estou bem.
— Se ficar doente, não poderá trazê-la de volta.
Nice virou-se e voltou para a cozinha. Para convencer Glauco não era preciso teimar, bastava dizer o essencial. “Não poderá trazê-la de volta” foi o golpe certeiro que o atingiu.
Glauco ficou olhando para as costas da mulher, depois recolheu as garrafas e a taça do chão, colocando-as sobre a mesa de canto. Com dificuldade subiu a escada que tanto temia. Parecia ouvir a voz e os risos de Amália quando estava feliz. Nada extraordinário, apenas atenção bastava para fazê-la sorrir.
Abriu a porta devagar. O sol entrava pelas cortinas. A cama desarrumada ainda guardava os lençóis em que haviam dormido juntos antes dela partir.
Maldizia a hora em que Sofia aparecera em seu escritório. Por que não anunciaram a chegada de Amália? Por que ele disse aquelas palavra