145- Barcelona.
Amália não suportou a fome e o cansaço. Encolhida na poltrona do trem de Lyon para Barcelona, adormeceu. O som metálico da campainha soou em espanhol, despertando-a de repente:
— Próxima estación: Barcelona Sants. (Próxima parada: Barcelona Sants)
Ela abriu os olhos ainda pesados, piscando contra a claridade que invadia os vidros. Apavorada, apressou-se a pegar sua bolsa, que continuava em seu colo como se a tivesse protegido durante o sono. O coração acelerava, a ansiedade apertava o peito.
Caminhou pelo corredor do vagão, meio trôpega, e desceu junto com a multidão na plataforma movimentada. Pessoas falavam alto em espanhol, malas de rodinhas arrastavam pelo chão, turistas se apressavam em diferentes direções.
Amália parou, sem saber para onde ir. O que faria agora? Não tinha endereço, não tinha telefone, nenhuma informação concreta além da promessa de Henrico de que os tios estariam esperando por ela. O medo quase a paralisou, e ela ficou imóvel, segurando firme a bolsa contra o pe