No escritório, Glauco analisava algumas planilhas. Seus contadores haviam feito uma auditoria em suas contas e empresas. Agora que Danilo se revelara um traidor, ele precisava repassar tudo e todos, identificar quem era leal ou não.
Contava apenas com os mais próximos de Paolo, que sempre fora discreto e, embora não entrasse em confronto direto com Danilo, também nunca fora seu amigo.
Ele se levantou pensativo e ficou diante da janela, olhando para o vidro, como se as respostas estivessem do lado de fora. Tantas perguntas, tantas informações… Pressionou a ponte do nariz, sentindo uma leve dor de cabeça. O silêncio do ambiente apenas acentuava seu estado de alerta.
Então, uma batida leve na porta interrompeu seus pensamentos. Ele não respondeu, mantendo o olhar fixo no horizonte, tentando controlar a respiração. A maçaneta girou devagar, e um perfume conhecido invadiu o espaço, preenchendo cada canto do escritório como uma lembrança viva.
Glauco se virou devagar. O choque em seus olhos