Glauco olhou para o celular sobre a mesa e se pegou pensando por que nunca havia dado um telefone a Amália. Também não lhe dera um cartão para comprar o que quisesse… mas ela nunca pediu. Tudo o que tinha, ele havia dado, e ela sempre agradecia. Nunca exigia nada…
Bom, quase nada.
Um sorriso discreto curvou-lhe os lábios ao lembrar da crise de ciúmes, quando ela atirou o quadro de Sofia escada abaixo. Naquele momento, irritou-se. Mas depois, como sempre, acabou admirando-a por ser tão sincera e transparente, tão diferente dele, que se escondia numa casca dura.
Sentindo um calor no peito, pegou o celular e ligou para o segurança de Amália.
— Como ela está? Perguntou.
— Segura. — Disse o segurança direto e objetivo. O que mais ele poderia dizer? Chegara a vê-la um pouco nervosa, mas ela não comentara nada. E ele não se sentia à vontade para acrescentar: Acho que ela está ansiosa.
Glauco também não sabia como insistir. Eles eram discretos, profissionais. Então encerrou com um simples:
—