O chão tava molhado. De sangue. De suor. De traição.
A luz pendurada no teto do galpão balançava de leve, lançando sombras tortas sobre corpos estirados, gemidos abafados e cheiro de pólvora no ar. Eu girava a faca entre os dedos com calma, como se aquilo tudo fosse só mais uma terça-feira.
Porque era.
A gente nunca saiu da máfia. Isso aí é história que contam pra criança dormir. O que mudaram foram as roupas, os modos, a fachada bonita com casamento, filha e jardim bem cuidado. Mas por trás de cada terno, ainda tinha o instinto de predador. E hoje… hoje era dia de caçada.
Salvatore tava na outra ponta do galpão, com a camisa manchada e a pistola