Giovanni
O escritório do Salva era pesado como um martelo na cara. Mesa de madeira grossa, cadeiras de couro surradas, paredes carregadas de quadros que gritam poder — e histórias de sangue que ninguém quer ouvir. A gente tava lá, eu e ele, dois machos de cara fechada falando das coisas que realmente importam: negócios, respeito, poder.
Mas, porra, minha cabeça tava longe dali. O café, a Serena, a Aurora... Essas imagens não saíam da minha cabeça. Tentava focar, mas era como se tivesse uma pedra no peito. Salva, claro, percebeu a minha viagem.
Ele parou no meio da frase, me encarou com aquele olhar que te desmonta em segundos, bateu a mão na mesa com força, fazendo o tamborilar ecoar no escritório.