Clara subiu a escada ao lado de Vinícius, o coração preso na garganta. Ele caminhava devagar, a respiração curta — as costelas ainda reclamavam a cada passo. Ela manteve um passo atrás, não por carinho, mas por medo de deixá-lo cair… e do que aconteceria se o fizesse. Quando chegaram ao quarto, Vinícius parou à porta, inspirando fundo como alguém que precisava atravessar uma linha invisível. Clara abriu caminho para ele e o guiou até a cama.
— Senta aqui… devagar — disse ela, suavemente.
Ele obedeceu, observando cada movimento dela. Clara recuou alguns passos, mas permaneceu ali — como se fugir fosse pior do que ficar. Por um instante, o silêncio ocupou o quarto inteiro, pesado, vivo. Vinícius o quebrou primeiro.
— Clara… antes de qualquer coisa, eu preciso entender. Como nós nos conhecemos? Me ajuda a lembrar.
Ela sentiu a garganta travar. As palavras de Suzana ecoaram como veneno doce: Conte tudo o que viveu com Leonardo. Isso ninguém questionará. Clara respirou fundo.
— Eu… eu