Ponto de Vista de Callum
A lua estava alta quando ela despertou novamente.
A mesma lua que um dia eu amaldiçoei, a mesma que um dia iluminou Selene… e que agora brilhava sobre essa humana, deitada na minha cama como se pertencesse a mim.
Eu nunca iria admitiria isso em voz alta.
Nem para os deuses, nem para os demônios, nem para mim mesmo.
Mas quando ela abriu os olhos — verdes, profundos, como se guardassem o segredo de eras inteiras — senti o chão tremer sob meus pés. Não literalmente. Era algo dentro de mim, um terremoto silencioso que eu não conseguia controlar.
Ela me olhou como se já me conhecesse. Como se não enxergasse o monstro que eu sou.
E isso… isso me destruiu.
— Você não… dormiu? — ela perguntou, a voz suave, carregada de sono.
— Demônios não precisam dormir — respondi, aproximando-me sem perceber.
Ou talvez percebendo demais.
A respiração dela acelerou quando me aproximei, mas não era medo.
Era… expectativa.
Desejo.
Desejo por mim.
Pelo monstro.
Pelo inimigo de S