Capítulo 33.

JÚLIA NARRANDO:

Deitei de novo na cama, mas o corpo não obedecia. O coração batia alto demais, e minha mente repetia a cena na cozinha como se estivesse tentando achar algum erro que justificasse aquilo.

O toque das mãos dele ainda ardia na minha pele.

O gosto do beijo ainda estava nos meus lábios.

E, mesmo assim… ele virou as costas. Disse que aquilo era errado, como se eu fosse um erro.

Virei para o lado. Depois para o outro. Fechei os olhos. Abri. O quarto estava escuro, mas a escuridão dentro de mim era maior. Era como se, de repente, todo aquele calor que me envolvia tivesse virado um gelo silencioso no peito.

Eu não queria ficar ali.

Não podia ficar ali.

Joguei o lençol para o lado e levantei.

Peguei a toalha do gancho e sequei os cabelos ainda úmidos. Vesti a mesma roupa da noite anterior com pressa, evitando olhar no espelho. O vestido colava no corpo como uma lembrança incômoda. Passei a mão pelo tecido, alisei o vinco, mas não adiantou. A sensação de estar fora de l
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