Léo
O espaço no carro era apertado, e o ar parecia mais pesado. Cada segundo ali, tão perto dela, me fazia lembrar de como era difícil manter a distância. Mas também sabia que, com Ana, qualquer passo em falso poderia arruinar tudo.
A chuva começou a engrossar, batendo no vidro com mais força. Eu a observei de soslaio, notando como ela tentava disfarçar o desconforto.
— Ana... — comecei, mas parei. Não sabia exatamente o que queria dizer, só sabia que precisava quebrar aquela barreira que parecia nos separar há tanto tempo.
Ela me olhou, e por um momento, achei que ia dizer algo. Mas então desviou o olhar para a chuva lá fora, deixando o silêncio preencher o espaço entre nós.
— Minha mãe está feliz que tenha voltado. — Falei por fim, qualquer conversa seria melhor que o silencio.
— Eu sei, mas pretendo alugar algum apartamento, não posso abusar da hospitalidade de sua mãe. — Ela fala sem me encarar, mexendo levemente a perna demonstrando seu completo desconforto.
— A casa é grand