Ana
O sol da manhã entrava pelas janelas da casa da piscina, iluminando o chão onde Emily havia espalhado seus lápis de cor na noite anterior. Eu segurava uma xícara de chá, o vapor subindo em espirais, mas minha mente estava longe, presa na conversa com Léo e na verdade que agora nos unia — e nos dividia. Ele sabia que Emily era sua filha, e eu sabia que não podia mais adiar a decisão de como seguir em frente. Mas meu coração ainda era um campo de batalha, dividido entre o amor que nunca morreu e o medo de ser machucada novamente.
Emily entrou correndo na sala, segurando um desenho novo.
— Mamãe, olha! É uma casa com um jardim! — disse ela, os olhos brilhando de orgulho.
Eu sorri, ajoelhando-me para ver melhor.
— Tá lindo, meu amor. É pra quem?
— Pro tio Léo! — respondeu ela, sem hesitar, e meu coração apertou. “Tio Léo.” Ela o adorava, mas ainda não sabia a verdade. Como contar a uma criança de cinco anos que o homem que ela chamava de tio era, na verdade, seu pai?
— Ele vai adorar,