Ana
O sol da manhã entrava pelas cortinas da casa da piscina, lançando sombras suaves no espelho onde eu ajustava o vestido branco. Era simples, mas elegante, com renda delicada nos ombros e uma saia fluida que dançava ao redor dos meus joelhos. Meus dedos tremiam enquanto prendia o cabelo em um coque solto, uma mecha caindo sobre o rosto. Hoje era o dia do nosso casamento, mas antes, Léo e eu tínhamos uma missão ainda mais importante: contar a Emily que ele era seu pai. As semanas desde a noite na praia haviam sido um redemoinho de emoções — alívio por ter Emily de volta, luto pelo destino incerto de Mariana, e uma esperança crescente de que Léo e eu poderíamos reconstruir o que o passado quase destruiu.
No reflexo do espelho, vi Dona Helena entrar no quarto, segurando um pequeno buquê de margaridas. Seus olhos brilhavam com lágrimas contidas, e ela sorriu, colocando a mão no meu ombro.
— Você tá linda, Ana — disse, a voz suave. — O Léo não vai saber o que o atingiu.
Ri, o nervosismo