Léo
O café estava agitado, o murmúrio das vozes misturando-se ao aroma quente de café fresco que pairava no ar. Mariana estava sentada numa mesa ao fundo, o cabelo preso num coque frouxo, o rosto mais magro do que eu lembrava, com linhas de tensão que traíam sua fachada calma. Ela ofereceu um leve sorriso quando me aproximei, mas o gesto não alcançava seus olhos, que brilhavam com uma determinação fria, quase calculada. Sentei-me, mantendo uma distância emocional e física, o peso da revelação sobre Emily ainda pulsando em minhas veias, misturado com a raiva do teste de DNA que fiz pelas costas de Ana.
— Obrigada por vir, Léo — disse ela, apontando a cadeira à sua frente, a voz suave, mas carregada de uma intenção que eu não conseguia decifrar.
— O que você quer, Mariana? — perguntei, sem paciência para rodeios. Depois da conversa com Ana, do momento em que confirmei que Emily era minha filha, minha mente era um turbilhão, e eu não tinha energia para jogos.
Ela respirou fundo, os dedos