A sala do Conselho de Honra era um túmulo de pedra e silêncio. O ar era pesado, carregado de fumaça de charuto e o cheiro metálico de sangue seco. A única iluminação vinha do candelabro acima de nossas cabeças, suas chamas tremulando e lançando sombras disformes nas paredes frias.
No centro da sala, ajoelhado no chão de mármore escuro, Matteo Ricci. Suas mãos estavam amarradas às costas, os pulsos cortados pelos grilhões apertados. Seu rosto era uma tela de hematomas e cortes abertos, a pele manchada pelo próprio sangue que escorria lentamente do canto de sua boca. Seus olhos, no entanto, traíam tudo—o medo, o arrependimento, o desespero mascarado por uma expressão de falsa arrogância.
Sentei-me à cabeceira da mesa longa de carvalho maciço, ladeado pelos homens que sustentavam o peso da Cosa Nostra. À minha direita, meu irmão Matia, as feições endurecidas, os olhos fixos em Matteo como se já o visse morto. À minha esquerda, Pietro, a postura relaxada, mas o olhar afiado e atento. Ele