O subsolo da catedral de Palermo estava iluminado apenas pelas velas dispostas ao redor da grande mesa de mogno. O cheiro de incenso e pedra antiga misturava-se ao aroma sutil do vinho nas taças. Meus irmãos, Pietro e Matia, estavam ao meu lado, enquanto os chefes das famílias aliadas ocupavam seus lugares, aguardando minha palavra.
Respirei fundo antes de falar, minha voz saindo firme e carregada de raiva contida.
— Sofremos um ataque em minha casa. Entraram em meu território, violaram minha segurança. Isso não foi obra de qualquer um. Alguém entre nós traiu a Cosa Nostra.
O murmúrio que se seguiu foi imediato. Homens experientes, alguns mais velhos que meu pai quando governava esta mesa, olhavam-se com expressões de incredulidade.
— Impossível! — um deles exclamou. — Todos aqui são leais!
Pietro