O escritório estava mergulhado em penumbra, iluminado apenas pelo abajur sobre minha mesa e pelo brilho distante das luzes da propriedade. O silêncio era quebrado apenas pelo leve farfalhar das páginas que Matia folheava, sentado à minha frente. Pietro, como sempre, mantinha-se em pé diante das janelas, os braços cruzados, observando o nada.
Eu sabia que eles estavam insatisfeitos. Podia sentir isso na tensão que pairava no ar, na maneira como Matia franziu a testa ao ler o relatório em suas mãos, no modo como Pietro apertava a mandíbula, ponderando algo que ainda não havia dito.
— Você contou para ela — a voz de Matia cortou o silêncio, carregada de censura. Ele ergueu os olhos para mim, um brilho de frustração no olhar. — O que diabos você estava pensando, Luca?
Recostei-me na cadeira, cruzando os dedos sobre a mesa. Eu já esperava essa reação.
— Eu estava pensando que manter Elena no escuro só a deixaria mais determinada a descobrir tudo por conta própria — respondi com calma. — E s