Daniel ajustou o punho da camisa social em um tom claro de salmão pela terceira vez enquanto esperava na frente do edifício de Juliana. Tomou o cuidado de estacionar em um lugar permitido caso permanecesse no carro por muito mais tempo. Colocou a garrafa de vinho branco no colo e deitou o buquê de flores no banco ao lado.
Comportamento normal, ele repetia mentalmente. Jantar. Conversa. Nada de exames não ortodoxos. Você não é um pervertido. E você não vai se comportar como um selvagem.
Mas quando olhou para o relógio e viu que dez minutos já tinham passado do horário combinado, seu pé começou a bater inquieto diante do acelerador. Onde ela estava?
O celular vibrou no bolso. Ele quase derrubou a garrafa ao pegá-lo. Era ela.
Você pode subir um instante? Preciso de ajuda.
O coração disparou no peito. Algo estava errado.
Daniel apertou rapidamente o número do apartamento dela no interfone e entrou no elevador, os dedos tamborilando no plástico que envolvia as flores. Esquecera o vinho no