O ar da madrugada entrava suavemente pelas frestas da persiana, pintando partes do aposento com a luz amarelada dos postes. Juliana abriu os olhos devagar, o corpo ainda pesado de sono — e do excesso de atividade.
Uau.
Ela virou a cabeça no travesseiro. Ali ao lado, Daniel dormia profundamente, os traços perfeitos relaxados, a respiração lenta e constante. Tinha sido carregada para a cama em algum ponto da noite. A luz da rua iluminava fracamente os ombros nus do homem deitado, a linha forte da mandíbula, os cílios escuros que pareciam esculpidos para um close de cinema.
Parecia um daqueles deuses gregos ilustrados em livros de mitologia, pensou ela, mordendo o lábio para conter um risinho.
Um leve movimento sob os lençóis fez o sorriso aumentar. Alguns músculos ainda latejavam — das coxas, dos quadris. A abertura entre as pernas não doía, mas a ardência persistente entre as nádegas era mais excitante do que incômoda. Servia como uma lembrança boa, do tipo que evoca cada toque, cada p