O restaurante fazia o tipo sofisticado sem alarde, com luzes baixas e toalhas de mesa em um tom de bege claro. Juliana observava Daniel por cima da taça de vinho com um sorriso discreto. Ele estava concentrado no garçom, fazendo o pedindo com aquela voz grave sem deixar de ser gentil que fazia algo dentro dela se derreter.
Ele nem sabe o quanto esse ar sério é sexy, pensou, os dedos brincando com o cabo da faca e desejando que fossem outra coisa. O contraste entre esse jeito de bom moço e o que ele fez comigo ontem…
A tentação de deslizar o pé pela perna dele sob a mesa era de enlouquecer. Mas não, ela não se deixaria vencer pela libido. Havia algo importante para falar.
Quando o garçom se afastou, Daniel virou-se para ela, a luz das velas refletidas no azul escuro dos olhos.
— Foi bom tirar a tensão sexual brincando um pouquinho antes, né?
Ele não respondeu. Ainda sentia vontade de pular sobre ela na mesa. Mudou de assunto.
— Você está bem menos falante hoje. O cansaço pode fazer bem