O cartão ainda estava na minha bolsa quando acordei naquela manhã. Por mais que eu tentasse me convencer de que era apenas mais uma jogada enigmática de Russ, a verdade é que aquilo tinha me deixado em alerta. Passei a noite revirando na cama, e quando o despertador tocou, percebi que tinha dormido pouco mais de três horas.
Levantei-me devagar, abri a cortina e deixei que a luz suave da manhã invadisse o quarto. O reflexo no vidro me devolveu uma imagem cansada: olheiras discretas, cabelos desalinhados e uma expressão que eu não reconhecia. Era como se uma parte de mim tivesse envelhecido em uma noite.
Arrumei as coisas, desci e chamei um carro. A cidade ainda estava despertando, mas eu só queria chegar em casa, tomar um banho, vestir algo simples e tentar retomar a minha vida. A faculdade me esperava, e o hospital também. Eu precisava estar com minha mãe, mesmo que fosse por algumas horas. Era isso que realmente importava.
No caminho, inevitavelmente, pensei em Russ. E conclu