Lucile
Os dias após o funeral passaram lentos, como se o tempo tivesse decidido me dar espaço para respirar. Russ e eu nos isolamos na casa da montanha, que ele havia transformado em um pedaço da Itália — cada detalhe parecia gritar nosso amor, nossas lembranças, nossa promessa de futuro. Ainda não viajamos em lua de mel, e tudo bem. Não era a hora. Eu ainda vivendo o meu luto, e nós dois sabíamos que quando o momento certo chegasse, iríamos. Sem pressa.
Naquela tarde ensolarada, o silêncio do lugar era quase um bálsamo. Eu estava sentada no colo dele, lendo um livro em voz baixa, enquanto Russ apenas permanecia ali, comigo, presente.
Foi quando o celular ao meu lado vibrou. Peguei sem pensar, e antes mesmo de dizer “alô”, ouvi os gritos de Tori do outro lado.
— LUCI, MINHA BOLSA ESTOUROU! — ela berrou, a voz desesperada. — Meu Deus, Lucy. O que eu faço?
Meu coração disparou. Saltei do colo de Russ, ofegante.
— Russ! É a Tori! Ela vai dar à luz! — falei olhando para Rus