Três meses depois...
Valentina estava afundada no sofá como se fosse parte da mobília, com olheiras que fariam inveja a qualquer zumbi de série pós-apocalíptica. O coque no alto da cabeça desafiava a gravidade, a dignidade e qualquer tendência de moda. Uma mamadeira vazia equilibrava-se perigosamente em sua perna, como um troféu silencioso de mais uma madrugada vencida.
— Rafael, cadê a fralda?! — gritou, tentando manter a calma enquanto embalava um bebê chorando com os pulmões de um tenor.
— Eu trouxe! — ele berrou da cozinha com toda a confiança de quem achava que estava arrasando.
— Isso é um pano de prato, Rafael! — ela respondeu, erguendo o tecido quadriculado com a mesma indignação de quem descobre que a série favorita foi cancelada.
— Ah... — silêncio. E então: Tá, vou de novo!
Nesse exato instante, como se o universo tivesse decidido fazer um teste de resistência emocional, o choro do pequeno Joaquim escalou do volume “normal” para “show pirotécnico de fim de ano”. Bruce começ