Valentina estava animada — e um pouquinho nervosa — para a inauguração da nova unidade da editora. Era um coquetel íntimo, só para convidados e parceiros, mas carregava um peso enorme: seria a primeira vez que ela participaria de um evento como gerente de criação. Um cargo que ela suou para conquistar. E, sim, ela queria brilhar. Daquele jeito que mistura autoconfiança, nervosismo e uma pontinha de "vou mostrar a que vim".
— Amor, a blusa vermelha ou a azul marinho? — perguntou, rodando devagar na frente do espelho, como quem ensaia presença.
Rafael apareceu encostado no batente da porta, com Bruce aninhado no colo feito um bebê e um pacote de salgadinhos na mão, como se fosse a cena mais corriqueira do mundo. Mas, ao ver Valentina, parou. Literalmente.
— A vermelha — disse, com aquele olhar que desarmava qualquer ansiedade. — Ela combina com o batom que você sempre usa quando quer parecer que não se importa, mas tá querendo causar. E hoje, amor... você tem que causar.
Valentina virou